O meu ofício é ter como
ponto de chegada a origem .
É fazer falar às pedras.
É catar do tempo
os caquinhos
e com eles compor
o quebra-cabeças
da humanidade.
É extrair dos objetos
seus segredos.
E com eles preencher
a minha existência.
É re-significar o que
não posso compreender.
É esvaziar o objeto
e arrancar dele
a sua utilidade primeira.
É desnudá-lo com a violência
de um molestador
e depois depositá-lo numa
redoma de vidro.
E assim, desnudo,
aos olhos de todos
ele não se cobre
por pudor
mas exibe-se,
acreditando piamente
na importância que
eu lhe atribuí.
E digo para ele:
não é verdade o que me disseste, documento?
E ele, por nunca ter sido assim denominado,
não me responde, estarrecido.
quarta-feira, 5 de março de 2008
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